Um diálogo entre o conhecimento acadêmico e o mercado sobre a produção e o consumo de moda no Brasil. Tomando a moda como um lugar privilegiado para observar a relação entre indivíduo e sociedade, vamos debater questões de gênero, raça e classe e o papel proeminente que o consumidor assume no cenário contemporâneo.
Nos conheça
Isabela rangel petrosillo
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Pesquisadora do Núcleo de Estudos da Modernidade (NEMO). Doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense. Mestra em Antropologia (2016) e Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda (2013) pela mesma instituição. Atua principalmente na articulação entre os seguintes temas: imagem, sexualidade, gênero, redes sociais e juventude. Tem experiência profissional com comunicação digital.
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Priscila Cortes de Novais Lima Soares
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Pesquisadora do Núcleo de Antropologia das Artes, Rituais e Sociabilidades Urbanas (NARUA). Mestra em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense e Bacharel em Moda pela Universidade Veiga de Almeida. Atuou no mercado de moda por nove anos, tendo trabalhado como estilista em grifes de diferentes portes e segmentos e também como produtora de moda e assessora de imprensa. No mestrado pesquisou o circuito de moda alternativa carioca, enfocando o processo criativo dos estilistas e o vínculo entre consumo e produção. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Moda, nas áreas de assessoria de imprensa, produção de moda e estilo.
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Encontros
Teremos 6 encontros (08/03, 15/03, 22/03, 05/04, 12/04, 19/04) , às quintas-feiras, das 19h às 21h.
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Investimento
O valor para o curso completo é de R$ 350. Para aulas avulsas o investimento é de R$ 70 por encontro. Oferecemos 5 bolsas de 100% para quem concluiu o ensino médio em escola pública e para graduandos cotistas.
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Local
Centro Cultural da Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241, Centro - RJ |
Plano de aula
1º Encontro (08/03)
A clássica moda de classes: entre a imitação e a distinção
A sessão tratará de uma das primeiras características da moda a ser notada pelos cientistas sociais: seu potencial simultaneamente associativo e distintivo, baseado na dinâmica de imitação e diferenciação. Esses pensadores perceberam que a maneira como nos apropriamos dos bens de consumo nos vincula a pessoas que agem de modo semelhante. Isso permite que a moda – em especial a indumentária – reforce nossa inserção em determinado contexto, ao mesmo tempo em que diferencia os diversos grupos que coexistem em uma sociedade. Por esse motivo a moda também serve para confundir as fronteiras sociais, uma vez que um grupo pode incorporar elementos distintivos de outro.
2º Encontro (22/03)
A moda do consumidor: até onde vai a escolha?
Debateremos sobre alguns esforços teóricos feitos para descrever o processo de adoção e descarte de tendências de moda. Esses estudos adquiriram especial relevância ao serem apropriados por profissionais do marketing e da moda que buscam elaborar modelos para “prever” novas tendências e, assim, oferecer um grau de segurança ao arriscado negócio da inovação. Mas, à medida que a moda e a sociedade em seu entorno passava por transformações, a maneira como as pessoas escolhiam suas roupas foi se transformando. De onde se originam as mudanças na moda? É possível prevê-las?
3º Encontro (05/04)
Por que consumimos?
Analisaremos as perspectivas sobre o consumo desenvolvidas a partir da década de 70. Esses trabalhos despojaram-se da concepção dominante até então, que entendia o consumo por uma ótica estritamente negativa, representando uma ameaça às relações sociais. De outro modo, essas reflexões evidenciaram em que medida as sociedades ocidentais contemporâneas são marcadas por sua profunda relação com o ato de consumir. É o consumo que permite que cada pessoa se aproprie dos significados da cultura, que tome parte no mundo onde está inserido e que, por fim, construa – ou descubra – sua identidade no mundo.
4º Encontro (12/04)
“Não há nada abaixo da superfície”: moda e engajamento social
A moda sempre serviu como meio de reivindicação política. Em seu viés mais tradicional, ela é ferramenta de afirmação e contestação de poder. Espaço de conflito e de mudança. Suas ousadias são toleradas justamente por sua frivolidade que permite rebater acusações com o argumento de que afinal de contas, não se trata de assunto sério, simplesmente de moda. Por ser superficial, tanto pela falta de seriedade em tratar as coisas, quanto pelo fato de que a roupa está na superfície do corpo, a moda pode ser política. Cabe debater até que ponto a moda pode se engajar num debate político responsável, uma vez que a força do fenômeno se baseia justamente em sua frivolidade.
5º Encontro (19/04)
Moda ética e o consumidor reagente
Debateremos o “consumo ético” e os modos de produção da indústria da moda. Tal como se configura hoje, a indústria de moda se vale amplamente da terceirização de mão de obra. Isso redunda em produtos mais baratos, mas também em quase nenhum controle ou responsabilidade sobre os trabalhadores envolvidos no seu processo de produção. Escândalos envolvendo a condição precária em que vivem e trabalham os operários dessa indústria têm gerado indignação ou, no mínimo, desconforto, em consumidores e produtores. Além disso, o sistema de moda, que se baseia numa renovação constante de produtos, é considerado especialmente nocivo ao meio ambiente. Como resposta às considerações dos impactos negativos do consumo e da produção de moda, vemos emergir a figura de um tipo de consumidor que entende suas escolhas como um modo de engajamento e ativismo político. Mais do que uma prática cotidiana, o consumo torna-se objeto de reflexão e vetor de mudança social.
6º Encontro (26/04)
O papel do comunicador: a responsabilidade social das imagens
Analisaremos a relação entre a produção identitária de marcas de vestuário e questões como racismo, feminismo, modos de produção e classe social. Partindo de observação de interações de consumidores com as marcas, exploraremos como a identidade se fabrica a partir de negociações. Pensaremos também sobre como as práticas de consumo estão cada vez mais ligadas a questões éticas e como isso se reflete não só nos meios de produção das peças, como nas relações trabalhistas que ela desenvolve e na forma de comunicar a marca.
A clássica moda de classes: entre a imitação e a distinção
A sessão tratará de uma das primeiras características da moda a ser notada pelos cientistas sociais: seu potencial simultaneamente associativo e distintivo, baseado na dinâmica de imitação e diferenciação. Esses pensadores perceberam que a maneira como nos apropriamos dos bens de consumo nos vincula a pessoas que agem de modo semelhante. Isso permite que a moda – em especial a indumentária – reforce nossa inserção em determinado contexto, ao mesmo tempo em que diferencia os diversos grupos que coexistem em uma sociedade. Por esse motivo a moda também serve para confundir as fronteiras sociais, uma vez que um grupo pode incorporar elementos distintivos de outro.
2º Encontro (22/03)
A moda do consumidor: até onde vai a escolha?
Debateremos sobre alguns esforços teóricos feitos para descrever o processo de adoção e descarte de tendências de moda. Esses estudos adquiriram especial relevância ao serem apropriados por profissionais do marketing e da moda que buscam elaborar modelos para “prever” novas tendências e, assim, oferecer um grau de segurança ao arriscado negócio da inovação. Mas, à medida que a moda e a sociedade em seu entorno passava por transformações, a maneira como as pessoas escolhiam suas roupas foi se transformando. De onde se originam as mudanças na moda? É possível prevê-las?
3º Encontro (05/04)
Por que consumimos?
Analisaremos as perspectivas sobre o consumo desenvolvidas a partir da década de 70. Esses trabalhos despojaram-se da concepção dominante até então, que entendia o consumo por uma ótica estritamente negativa, representando uma ameaça às relações sociais. De outro modo, essas reflexões evidenciaram em que medida as sociedades ocidentais contemporâneas são marcadas por sua profunda relação com o ato de consumir. É o consumo que permite que cada pessoa se aproprie dos significados da cultura, que tome parte no mundo onde está inserido e que, por fim, construa – ou descubra – sua identidade no mundo.
4º Encontro (12/04)
“Não há nada abaixo da superfície”: moda e engajamento social
A moda sempre serviu como meio de reivindicação política. Em seu viés mais tradicional, ela é ferramenta de afirmação e contestação de poder. Espaço de conflito e de mudança. Suas ousadias são toleradas justamente por sua frivolidade que permite rebater acusações com o argumento de que afinal de contas, não se trata de assunto sério, simplesmente de moda. Por ser superficial, tanto pela falta de seriedade em tratar as coisas, quanto pelo fato de que a roupa está na superfície do corpo, a moda pode ser política. Cabe debater até que ponto a moda pode se engajar num debate político responsável, uma vez que a força do fenômeno se baseia justamente em sua frivolidade.
5º Encontro (19/04)
Moda ética e o consumidor reagente
Debateremos o “consumo ético” e os modos de produção da indústria da moda. Tal como se configura hoje, a indústria de moda se vale amplamente da terceirização de mão de obra. Isso redunda em produtos mais baratos, mas também em quase nenhum controle ou responsabilidade sobre os trabalhadores envolvidos no seu processo de produção. Escândalos envolvendo a condição precária em que vivem e trabalham os operários dessa indústria têm gerado indignação ou, no mínimo, desconforto, em consumidores e produtores. Além disso, o sistema de moda, que se baseia numa renovação constante de produtos, é considerado especialmente nocivo ao meio ambiente. Como resposta às considerações dos impactos negativos do consumo e da produção de moda, vemos emergir a figura de um tipo de consumidor que entende suas escolhas como um modo de engajamento e ativismo político. Mais do que uma prática cotidiana, o consumo torna-se objeto de reflexão e vetor de mudança social.
6º Encontro (26/04)
O papel do comunicador: a responsabilidade social das imagens
Analisaremos a relação entre a produção identitária de marcas de vestuário e questões como racismo, feminismo, modos de produção e classe social. Partindo de observação de interações de consumidores com as marcas, exploraremos como a identidade se fabrica a partir de negociações. Pensaremos também sobre como as práticas de consumo estão cada vez mais ligadas a questões éticas e como isso se reflete não só nos meios de produção das peças, como nas relações trabalhistas que ela desenvolve e na forma de comunicar a marca.
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